ART + MAKERSPACE
Projeto UABI Arquitetos
Fotos: Louisa Savignon
O prédio de Arte + Makerspace da escola internacional St. James é um local que foi construído especificamente para as crianças exercerem sua criatividade, e compartilharem mesas e ferramentas de trabalho, se aproximando da tecnologia DIY (Do It Yourself) desde pequenos.
A planta, volume e interiores do projeto surgiram de uma geometria radial que se abre em quatro pontas para se conformar perfeitamente ao terreno, baseada em ideias e desenhos geométricos das crianças. Todo construído de um bloco de concreto chamado ‘split’ – pois seu método de produção consiste em unir dois blocos e depois separálos, criando uma textura fissurada -, o prédio precisou ser implantado em um local com diversos limitadores: à frente, um espelho d’água em formato sinuoso; de um lado, duas enormes cisternas; aos fundos, árvores bem formadas que não se deve mexer e do outro, taludes muito íngremes.
Para tanto, a solução foi explodir a forma pura e expandi-la através de diagonais, como pontas de uma estrela, possibilitando instalar instalar a edificação e e mantendo confortavelmente seus acessos. Pensando no espaço interno, o aspecto radial também ajudou a setorizar as salas: um espaço principal de criação, com grandes mesas comunitárias; um laboratório, com o maquinário maker, computador e mesas de trabalho; e uma galeria para expor o trabalho das crianças, que também possui uma mesa para jogos coletivos – um espaço que, em oposição aos de criação, é todo branco.
Dentro do espaço principal de criação, as paredes foram revestidas de OSB, uma textura que cria uma conexão visual com os próprios materiais de criação das crianças, além de trazer acolhimento. Todos os materiais foram definidos a partir da ideia de ‘craft work’: os blocos split, a textura do OSB, o granulito do piso e o forro de pinus.
Uma grande cobertura se solta dos volumes através de janelas altas. Ela transpassa o bloco do prédio, dando proteção e sombra a ele, da mesma maneira que fazem os cobogós, colocados nas janelas que recebem pior insolação. Essa ideia de soltar a cobertura veio da conversa com um estudante, que gostaria de sempre poder ver o céu e as árvores, mesmo quando estivesse dentro do prédio.
O mobiliário de madeira é todo feito de compensado naval, com exceção das mesas, que precisavam de mais resistência e foram feitas em Cumaru. Depois do edifício pronto, os alunos também ajudaram a plantar árvores para proteger a única fachada que precisou ficar exposta.